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O VAZIO EXISTENCIAL DISCUTIDO EM FORMA DE ARTE

No mês de setembro dedicado à conscientização das questões relacionada ao suicídio e depressão, quinta edição de Mostra Cultural utiliza a arte como caminho de superação


Diversos estudos e estatísticas tem revelado que a pandemia da COVID recrudesceu a prática do suicídio e depressão que antes já apresentavam números alarmantes. Em nível mundial cerca de 300.000.000 pessoas sofrem com depressão segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Só no Brasil a estimativa da população com sintomas deste transtorno associado à ansiedade é de 30 milhões segundo a Organização mundial de Saúde (OMS). O medo e isolamento da pandemia pode aumentar muito mais esses números. Um estudo preliminar feito na Espanha, publicado na Revista "Brain, behavior, and immunity", investigou o impacto psicológico da covid-19 nas primeiras três semanas após o surto da pandemia e entre os entrevistados, 18,7% apresentaram sintomas de depressão, 21,6% de ansiedade e 15,8% sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Segundo a psicóloga Elaine Natale, "o vazio é um sentimento inerente ao ser humano, assim como a alegria ou a tristeza. Pessoas reflexivas que exploram o sentido da vida e que por motivos alheios a sua vontade (perdas, falta de liberdade, injustiças ou mesmo sem motivo algum), passam a experimentar o doloroso sentimento do "viver por viver", desconectados de tudo e não enxergando resposta ou sentido na vida. Nada os preenche, nada os satisfaz, e isto acaba por aprisioná-los em um estado psicológico de muito sofrimento, o do vazio existencial. E infelizmente, na maioria dos casos, essa situação os leva a uma Depressão e a comportamentos autodestrutivos." Aquele mesmo artigo da pesquisa realizada na Espanha ainda identificou que o bem-estar espiritual foi o fator que mais protegeu as pessoas dos sintomas desses transtornos. E algo que pode contribuir para um melhor estado espiritual durante a pandemia é a arte.


A Arte nos ajuda a elaborar os significados da depressão e ansiedade bem como a suportá-los na medida em que produz novas formas de ver e pensar a vida, transformando a realidade. Por ser uma forma de diálogo, ela se espalha nas trocas de informação no momento em que se envia e compartilha pelas mídias sociais músicas, vídeos, fotos... que gostamos. Esta é a interpretação d o psiquiatra e fundador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz, Paulo Amarante. A psicóloga Elaine Natale revela que "o vazio existencial também pode ser entendido, preenchido, amenizado e acolhido em algumas circunstâncias – através da filosofia que tenta explicar a sua essência; do trabalho que proporciona ao indivíduo um sentido de utilidade e bem-estar; das artes de uma forma geral, que preenchem ou extravasam sentimentos e vivências; da religião que pode dar ao indivíduo um sentido e sentimento de transcendência; ou através da Psicologia que estimula o olhar para si mesmo, possibilitando o entender-se e aceitar-se, e perceber que às vezes o vazio não é falta de algo ou alguém, e sim de amor próprio".


É dentro deste contexto que pela quinta vez se realiza uma Mostra Cultural com enfoque no vazio existencial em Suzano, município da grande São Paulo. O projeto nasceu em 2017 como TCC de uma equipe de alunos do curso técnico em eventos da ETEC de Suzano que abordava o vazio existencial e seu desdobramento na depressão e suicídio. Com a sucesso do evento aliado à importância do tema, uma das então formada técnica em eventos Valdete Ramos juntamente com o curador Vinícius Ripa e o Secretário de Cultura Geraldo Garippo, resolveram dar continuidade ao projeto reunindo artistas plásticos, psicólogos, poetas e músicos sempre no nono mês do ano ecoando o setembro amarelo que é uma campanha de conscientização da população ao redor do tema do suicídio, prática geralmente associada a depressão e que é divulgada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV)..


Com a pandemia, pela segunda vez o evento será online já que as pessoas não poderão ter acesso à Mostra exposta no interior do Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi. Desta vez a curadoria é de Samara Pavlova, Arquiteta e Urbanista, Artista Visual, Cenógrafa e Figurinista.



EXPOSIÇÃO O VAZIO


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