Em oito dias, equipe voluntária realizou processos de faceamento, sutura de rasgo, limpeza do verso e nivelamento pictórico na tela
O Casarão da Memória Antônio Marques Figueira, ligado à Secretaria Municipal de Cultura, recebeu um importante marco para a preservação da história de Suzano. Isso porque, após oito dias de processos intensos de restauro, um quadro histórico, pintado pelo empresário italiano Carlos Molteni em 1949, retornou à apreciação do público nesta quinta-feira (01/09).
A obra apresentava algumas camadas de pó que alteravam a cor original, além de um trecho rasgado em formato de “F” nas fibras da tela. De forma voluntária, os técnicos da empresa “N3 Arte e Restauro” realizaram processos de faceamento, sutura do rasgo e limpeza do verso, além do procedimento de nivelamento pictórico na tela.
Segundo o restaurador Felipe Lanzas, todos os processos aconteceram dentro do cronograma previsto pela equipe. “Foi um grande desafio. Mesmo a equipe sabendo os procedimentos corretos a serem tomados na hora do restauro, cada caso é único. A tela estava bastante frágil, o que fez o cuidado ser redobrado em todos os processos”, pontuou. Após o intenso processo, o quadro retornou ao espaço público, garantindo mais esse registro da história de Suzano.
Inspirada na via pública onde ficava a sua empresa, a obra de arte retrata a paisagem do caminho para o rio Tietê, onde hoje está localizada a avenida Vereador João Batista Fitipaldi, próximo à “subida" do bairro do Sesc, que hoje é a avenida Katsutoshi Naito.
Posicionado na sala “Imigrantes” do museu, que conta um pouco da história dos povos que ajudaram a trazer o progresso à cidade de Suzano, a peça fica alojada ao lado da cadeira que também pertenceu ao empresário europeu, datada na década de 1940. O suporte para o quadro também é bastante significativo para a cidade, uma vez que o cavalete pertenceu a Ada Bizi Hadi, a 1ª Rainha do Morango de Suzano, que era pintora e usou o equipamento durante a produção de suas obras.
De acordo com a diretora de Patrimônio Cultural de Suzano, Rita Paiva, pensando na preservação das peças, todo o Casarão foi projetado para garantir a preservação das peças, com luzes adaptadas, análise da umidade e vento. “Esse foi mais um passo para a preservação da história da cidade, garantindo memórias para as próximas gerações. O nosso Casarão é feito de fragmentos de diferentes histórias e pessoas que ajudaram a tornar a Suzano de ontem, a que conhecemos hoje. Uma cidade que pensa em preservar o passado, cuida também do seu futuro”, explicou.
Ainda segundo a diretora, todos os munícipes que tiverem itens históricos, que se confundem com as raízes da cidade, podem realizar a doação dessas peças ao acervo do local, ampliando a coleção para apreciação pública. “Às vezes temos grandes tesouros da memória da cidade guardados em casa e não temos como manter. Seja um móvel, uma foto ou um objeto. Todos esses fragmentos que contam a história de Suzano são importantes para nós. Caso tenha algum item que considere histórico, ele será bem-vindo em nosso espaço”, completou.
O Casarão da Memória é um espaço de cultura, arte e entretenimento gratuito, localizado na rua Campos Salles, 547, na área central. Para marcar uma visita guiada, basta agendar pelo telefone (11) 4748-6949 ou presencialmente, de segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas. O local permanece aberto até as 17 horas.
Crédito das fotos: Wanderley Costa/Secop Suzano
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